sábado, 12 de outubro de 2013

Carta de uma grande amiga





Olá,

Estou escrevendo esta carta para você que está no ano de 1993.

Pode parecer loucura, mas este ano marcará sua vida para sempre... E para sempre ele estará na sua memória...

Sei que não está sendo um ano extremamente bom, pois você não esperava ficar sem sua avó tão cedo, mas logo você vai realizar seu sonho de enfim viver com sua mãe. O que você não imaginava é que para isso acontecer você também terá que se afastar dos amigos inseparáveis que você fez ao longo do último ano... Nem sempre pode-se ganhar tudo!

Posso te garantir que você também vai realizar seu outro sonho de se tornar arquiteta. Mas algo me diz que o destino reserva algo mais além desta ocupação para você... Mas você terá que descobrir sozinha...

Uma dica: lembre-se do que você queria fazer além de ser arquiteta... a gente não precisa seguir para sempre fazendo algo projetado com 13 anos! A vida dá voltas, nossa cabeça muda, muitas vezes, e você vai descobrir outros interesses além de ficar matutando o melhor espaço para cada coisa...

Sabe esse lugar para o qual você vai todos os dias, de segunda à sexta, desde seus 10 anos de idade para estudar? Pois é, ele não será só um lugar para adquirir conhecimento... Lá você conhecerá praticamente todas as pessoas importantes na sua vida daqui a 20 anos: seus amigos, seu marido... por isso, dê mais valor à esses dias aí, eles serão muitos e serão a melhor lembrança da sua vida.

Dê mais valor à sua família, ela é confusa, mas é o que você tem. As pessoas não vivem para sempre e quanto menos você espera não haverá mais chance de dizer "Obrigada"...

E quando você se sentir pronta para dar um passo a mais na construção da sua própria família, você terá que dar mais cinco passos além para ultrapassar os obstáculos que a vida vai te impor. Será mais um ano de perdas e ganhos... Fique firme, e continue, tudo vai dar certo no final...

Cuide da sua saúde, não coma tanta besteira, gordura, carne... tudo isso não te faz bem, e você vai demorar muito tempo para perceber isso...

Não junte muita coisa inútil, um dia você vai jogar tudo fora sem nem olhar para trás.

Não se esqueça de como lidar com seu dinheiro com mão de ferro (como faz hoje).

Serão 20 anos de muitos altos e baixo, ganhos e perdas, porém serão anos memoráveis...

Sorria sempre, olhe longe, fale menos...

Feliz aniversário!

Beijos para mim mesma...

Daqui a 20 anos.

update: post livremente inspirado pelo post da Thais Godinho...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Um caso de amor com a minha varanda

Ando apaixonada pela minha varandica!

Porque estando voltada para oeste, me brinda todos os dias com o melhor pôr do sol.


Porque ali está plantada uma muda da planta que ornamentou as mesas do meu casamento, 10 anos atrás.

Porque ali eu tenho manjericão e salsa fresquinha para a salada, o kibe, a bruschetta...


Porque a falta da viga de coroamento (ela é tão pequenininha que foi feita só com uma laje em balaço) faz o sol entrar na sala já às duas da tarde.

Porque não há prédios mais altos num raio de uns 5 kilômetros, tendo portanto, um horizonte a perder de vista...





segunda-feira, 3 de junho de 2013

Abaixo a área de serviço!






Vamos lá, o que você efetivamente precisa numa área de serviço? Tanque, máquina de lavar roupas, varal e um armário para produtos de limpeza, aspirador de pó, etc... Pois é, e cheguei à conclusão que você consegue ter tudo isso em 1 metro quadrado! Vai, pode até ser 1,20 x 1,20 metros! Ainda mais com o crescente mercado de máquinas lava e seca, mais um pouco até o varal estará com os dias contados!

Ué, mas logo eu que levanto a bandeira de mais espaços nos apartamentos, falando em diminuir um “cômodo” para 1 metro quadrado??? Mas hã, me fala uma coisa, quanto tempo você passa na sua área de serviço? Uma pessoa normal passa pouco né? Até mesmo uma dona de casa, te asseguro, passa mais tempo no quarto (8 horas de sono, vamos ser otimistas) do que na área de serviço! Mas e para passar roupa? Não dá para passar roupa em 1 metro quadrado!!! Bom, se é você que faz este serviço, suponho que você o faça onde há alguma distração – TV, som... E isso pode ser feito em qualquer lugar da casa. Se você for privilegiado com uma pessoa que te ajude a fazer isso e seja paga para tal, te garanto que nem ela use a tal área de serviço. A não ser que você também passe o dia em casa, chefiando a coisa!

Todo esse meu pensamento começou quando conheci o projeto de uma amiga. Ela morava com o marido num flat, e não tinha área de serviço. Não tendo outro espaço para colocar máquina e o tanque, ela resolveu “comer” um espaço do banheiro fazendo um “segundo” box, para colocar esses equipamentos. Como a máquina tinha abertura na parte de cima, ela percebeu que só precisava do espaço da máquina para a largura deste “segundo” box. Era bem assim o projeto, imagine: janela externa, box com máquina de lavar roupas e tanque, porta de correr de vidro (cada uma corre para o que você vai usar, máquina ou tanque), box de tomar banho e mais uma porta de vidro. Achei aquilo sensacional! Por que matava dois coelhos numa cajadada só: a falta de espaço e a proximidade da cozinha!

Sabe, também não vejo com bons olhos o fato da nossa área de serviço brasileira ser coladinha com a cozinha. É meio irracional! Hoje em dia o tanque é praticamente uma extensão do fogão, de tão próximos! Dá até para enfiar ali uma panela que você não esteja usando e queira apoiar! Exageros à parte, é nítido que a coisa não tá no lugar certo quando você tem que pensar se vai fritar bife hoje ou amanhã porque é dia de roupa no varal! Quantas vezes você não deixou a fritura de lado porque seu único edredom tava secando no varal??? Ou a sua calça jeans preferida? Tudo porquê? Porque a dinâmica dos apartamentos é (salvo exceções): janela externa, espaço para máquina de lavar roupas, tanque, fogão, pia, espaço para geladeira. Tudo batidão, na mesma linha, visualizou? Há variações do tema: pia assim, geladeira assado, pode até ser que sua cozinha seja contemplada com uma janela independente da área de serviço! Clap, clap, clap para o arquiteto! E se a janela da área de serviço for com vidro incolor então, melhor ainda! Triste você que cozinha sem uma vista bonita porque a sua janela da cozinha é a mesma da área de serviço e alguém te falou que o vidro jateado era legal, “porque assim o pessoal lá fora não vê a roupa estendida”. Assim, fuck o pessoal lá fora! Quero poder VER o céu azul enquanto cozinho meu arroz integral!!!

Também não vou dizer que aquela coisa de não ter área de serviço, como os americanos, de colocarem a máquina de lavar roupas na cozinha, seja legal. Já vi programas de fora onde eles reclamavam de fiapos de roupa na cozinha. Tá certo, também não é legal!

Mas acho que a gente podia ter umas cabeças pensantes que colocassem a área de serviço num lugar inócuo, longe da gordura da cozinha. Poxa, se são duas área que são dispares são estas duas! Uma é para deixar seu lençol cheirosinho, a outra para cozinhar e produzir odores com isso! Não tá certo uma do ladinho da outra!

Na Europa, é comum a máquina de lavar roupas ficar no banheiro. Na Itália, bem sabe-se, o varal fica até para fora dos apartamentos, quer seja em Milão ou em Nápoles. É o jeito deles! Não posso recriminar, acho que é até cultural.


Assim como é também cultural o culto à nossa área de serviço. Porque somos um país que até pouco tempo contava com mão de obra muito barata. A coisa tá começando a mudar de figura... Quem sabe a revolução arquitetônica para isso não seja a abolição da área de serviço???

terça-feira, 30 de abril de 2013

O mito da terceira vaga de garagem



Imagine só, a pessoa até acha legal aqueles mega apartamentões do centro, mas sempre esbarra no: é, mas não tem vaga na garagem... Ou: é, mas SÓ tem uma vaga... (Deixando de lado o fato de que no centro você possa precisar pouco de um carro. Há pessoas que precisam trabalhar do outro lado da cidade...) Pois é, só tem uma vaga, mas tem um quarto para você, querido amigo de, no mínimo, 12 metros quadrados! Já parou para fazer a conta de quantos metros quadrados tem a sua suíte hoje? Com sorte, ela tem perto de 9 metros quadrados (2.70 X 3.20m). Esteja você num apartamento de R$ 4.000, R$ 7.000, ou R$ 10.000 / m2, seu dormitório não foge muito destas medidas pré-estabelecidas pelo mercado imobiliário... É cruel, mas é a vida! Enquanto isso seu carro descansa tranqüilo num espaço só para ele de, no mínimo, de 12,50 metros quadrados (2,50 x 5,00m). Percebe que tem alguma coisa errada, ou só eu acho isso???

Não, não tô vendendo nenhuma pechincha no Baixo Augusta, mas um post do blog Pilotis esta semana me fez refletir no assunto... E defini aquilo que realmente já passava pela minha cabeça há tempos: EU NÃO PRECISO DE TRÊS VAGAS DE GARAGEM!

Vejamos um caso hipotético: casal jovem com 1 ou 2 filhos, com idades entre sei lá... 3 e 5 anos... se marido e mulher tem carros, e ambos precisam do carro no dia a dia para trabalhar, a terceira vaga deles só começaria a ter serventia no caso do filho mais velho atingir a maioridade: daqui uns 13 anos. Isso se, você pai e mãe, terá mesmo coragem de enfiar seu filho com 18 anos num carro “próprio” (eu tenho sérias restrições a “presentear” o filho com uma arma, digo, um carro, mas cada caso é um caso. Acho bem mais válido gastar esta grana para o rebento viajar – ok, pode ser tão perigoso quanto dirigir, mas infinitamente mais educativo...). Veja bem, daqui a 13 anos você vai poder começar a usufruir da sua terceira vaga... até lá, visitas, sogras, tias, e vizinhos sem noção farão bom uso delas, caso seu prédio não disponha de nenhuma “vaga de visitantes” ou a rua seja inviável para o estacionamento. Não sei quanto se paga por uma vaga de garagem, mas acho que deixar “parado” esse dinheirinho todo, todos esses anos ali, não é uma boa idéia... bem, é claro, um apartamento com 3 vagas é muito mais vendável comercialmente falando... é verdade, hoje, pode até ser bacana, mas se a coisa continuar nesse ritmo, todo mundo comprando carro, presidente da Petrobrás achando lindo ver carro na rua, acho que daqui a pouco não vai ser viável você ter todos esses carros... sério mesmo, vejo com muito, muito pessimismo a situação muito cômoda do governo de “empurrar” as pessoas para seus próprios veículos automotomores, ganhar seus caraminguás das montadoras e não precisar investir em transporte de massa... ô papozinho mais proletário xinfrim... esse vai direto pro Classe média sofre!!!

Enquanto isso, no reino da Dinamarca... você se vê “obrigado” a comprar um imóvel de 4 dormitórios com 110 metros quadrados, para fazer de um dos quartos uma sala maior ou um closet decente... por que, convenhamos, não dá para colocar tudo naquele quarto da suíte e nem colocar uma TV 40 polegadas numa sala de 2,80m de largura! E no final, você tem 3 quartos minúsculos, provavelmente o menor dos quartos nem posição para um armário você encontra... se acotovela no banheiro para jogar o papel no vaso (se você tiver sorte de ter espaço para isso – esta imagem me chocou demais ). Mas ahhh... que sorte: olha só que varanda incrível!!! Tem até churrasqueira!!! Ah... mas este é papo para outro post... rsrsrs...

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Blogagem coletiva - Viajando com um bebê de 6 meses pela Itália

Este post já deveria ter sido escrito a quase 2 anos, veja só... mas você vai procrastinando, deixando de lado, e quando vai ver a coisa faz bodas de ouro na lista de afazeres... E na verdade era para ser um blog específico desta viagem, mas descobri que postar num blog pode ser algo bem difícil com um bebê recém nascido...

Enfim, um dia recebi uma "encomenda" de um post sobre viagens com bebês da Ariadne do "Eu ando pelo mundo", e a coisa foi ficando lá na gaveta do imaginário... Até que numa tarde ensolarada de páscoa acordo de uma soneca pra lá de inspirada e me mando para o computador antes que a coisa caia no esquecimento de novo! (Sabe quantas "cartas", "emails" eu tenho perdidos pela minha cachola??? Nossa... já nem sei mais...)

Tudo começou assim: minha filha tinha pouco menos de 2 meses de nascida quando minha cunhada fez uma proposta: VAMOS PARA A ITÁLIA PASSAR 2 SEMANAS? Hã... Itália? 2 semanas comendo bem, visitando coisas lindas e relembrando lugares que vivi com minha família? Hum... acho que vou ter que aceitar! Do outro lado do oceano, meu irmão, que já morava na bota há mais de 15 anos, me avisou que estaria de mudança definitiva para o Brasil. Então, foi juntar 2 + 2 e ver que a comunhão dos astros era favorável à esta viagem. Sim, eu acredito em sinais (até para ir no Cirque di Soleil na faixa!!!)!

Então, sem dar chance para desistência, compramos as passagens da família toda e fomos para a rede pesquisar roteiro e hotéis! DELÍCIA!!! Ah... leia-se por família toda: Eu, marido, filha, cunhada, irmão, sogro e sogra. Só faltaram os gatos! hahaha!!!

Então, se você é pai de primeira viagem, ou se não é pai ainda e acha que filho vai atrapalhar um bocado a sua vida pelo mundo afora, PARE e leia umas dicas de como viajar com um bebê pela Itália! Ou pelo mundo!

Quando ir

A coisa toda vai ser bem facilitada se seu bebê for pequeno, mas não recém nascido. Quero dizer, seu bebê nasceu, vocês estão se conhecendo há uns 6, 7 meses, você já tem uma vaga ideia sobre a rotina do bebê? Tá legal! Seu bebê é grande, mas ainda não tá na fase de querer andar, vai aguentar ficar sem problemas num carrinho ou num canguru? Tá legal! Não é impeditivo, mas seu bebê se alimenta exclusivamente do seu leite e você não vai precisar decifrar rótulos de ingredientes em outras línguas? Tá legal! Então, se eu fosse dar uma dica para um pai ou mãe que pretende viajar com seu filho pequeno, numa viagem longa, de avião é: vá enquanto ele for pequeno, de colo. Acho que uma época boa é enquanto ele tiver de 6 meses a 1 ano. Pode até ser um pouquinho antes, um pouco depois, depende de criança. Mas, acho que quem já viajou de avião com criança sabe: é um ambiente um pouco inóspito, legal nos 10 minutos iniciais, mas passada a euforia de apertar todos os botões e chamar a aeromoça 5 vezes, você vai ter que ter muita distração para aguentar 10, 12 horas de voo... Nesta fase dos 6 meses, que foi quando minha filha embarcou pela primeira vez num avião (ela já viajou mais 2 vezes de avião nesses 2 anos, então eu senti a diferença!!), ela estava super tranquila só sabendo que a mamãe tava ali com seu mamá, sua fralda tava sequinha, e tinha um colinho gostoso para ela dormir! Quer dizer, pouca coisa já a deixava contente!

O temido avião

Bom, decidido quando você vai embarcar com seu bebê, vem a dúvida: ONDE RAIOS ELE VAI DORMIR??? Bem, existem no mercado aeronaves que dispõem de berços. Assim que você comprar sua passagem, ou até antes, se você tiver curiosidade, se  informe com a companhia aérea para saber qual aeronave dispõe de berço. E se é claro, a aeronave em questão faz o trajeto que você precisa. Nós viajamos de TAM nesta primeira vez, fomos pesquisar no site e no telefone e a aeronave que faria nosso voo não dispunha de berço. Fiquei um pouco preocupada no inicio, mirabolei quinhentas formas de preparar neston, mas resolvi deixar por conta do destino... Quase... Levei comigo o sling que eu usava com ela e imaginei que assim que ela dormisse conseguiria colocá-la lá. Ou que eu conseguiria colocá-la lá para que ela dormisse. Mas você não pode controlar tudo nesta vida (mantra que você aprende assim que dá a luz), e é lógico que ela dormiu no meu braço antes de qualquer ação e eu me caguei de medo de mudar a posição dela e ela acordar como uma louca chorando. E como ela dormiu assim tão rápida e tranquila? Qual o segredo? Deu remédio? Deu sossega leão? Não, nada! Com 6  meses, um bebê bem cansado acaba dormindo depois de um mamá. Lembro até que ela ameaçou a chorar assim que a aeronave decolou, mas coloquei ela para mamar no peito, e logo se aquietou, com um pouco mais de musiquinhas no ouvido ela adormeceu no meu colo. É lógico que com medo que ela caísse dos meus braços, eu quase não dormi direito, mas só de ela ter descansado e sua rotina não ter sido demais alterada, já me senti vitoriosa! É mais fácil a gente conseguir se recuperar que eles... E assim foi, dormiu pelas 8 horas seguidas. Na verdade, me lembro que ela só se aquietou quando o avião inteiro se aquietou também. Enquanto estava aquele vai vem de gente, aeromoça, bandejas, coisa e tal, fui enrolando ela... Quando percebi que a galera ia dormir dei a tal "mamada dos sonhos" da Encantadora de bebês e rezei para dar certo! Deu! Ufa! Lembro bem que o senhor da poltrona da frente acordou no dia seguinte, olhou para trás e só aí se lembrou que tinha um bebê atrás dele. E ele falou algo do tipo: ela também dormiu né? E deu um sorrisinho do tipo; "ainda bem, achei que não ia conseguir dormir com um bebê tão pequeno berrando atrás de mim". Mas ela só chorou mesmo durante a decolagem. Foi um anjinho!



Magali na escuta
Na volta ela voltou dentro do canguru e até a mamãe conseguiu dormir!



Dia a dia no estrangeiro

Então, você já passou pelo temido avião e agora chegou ao seu destino de férias com seu bebê... O QUE FAZER PARA PASSEAR PELA ITÁLIA COM UM BEBÊ??? Primeiro de tudo: abaixe suas expectativas quanto a milhões de passeios! Seus passeios deverão se enquadrar no ritmo da criança, a não ser que você queira uma criança chorando, esperneando, e você descabelada!!! Calma!!! Por isso é importante você já ter uma noção do ritmo do bebê. Você sabe que ele acorda, mama, tem um período de atividade, depois dorme, acorda, pode cagar ou não, mama, atividade de novo, dorme e assim sucessivamente... ou um bebê não é um verdadeiro MMDC??? Mama, mama, dorme e caga? Delícia! Aproveite que tá fácil nesta fase! Quando eles começam a andar e depois a correr, vai ficar bem pior!!!

O que fazíamos era programar tudo de acordo com os horários do bebê. Nada de mais: Não imaginar que vai dar para ficar 5, 6 horas viajando de carro direto, pois é impossível. Ter que parar nas horas previstas para ele comer. Parar para trocar o bebê. Essas coisas. Com isso, nossa rotina nestes 15 dias viajando pela Itália eram assim:

8:00 - acordávamos e tomávamos café da manhã e o bebê mamava
9:00 - saíamos para a aventura do dia: se era dia de explorar a cidade, fazia uma mochila com os itens básicos: troca de roupas, fraldas, lenços umedecidos, mamadeira já com água, leite em pó, papinha de frutas ou fruta fresca "roubada" do hotel, colher. Se era dia de viajar para outra cidade, terminava de colocar as coisas na mala e bora para a estrada.


Magali na escuta
Primeira viagem de bonde em Milano - Ajudou entrar com o carrinho porque era sábado, mas não é impossível entrar de carrinho durante a semana também... só um pouco mais cheio. Nada como um ônibus em São Paulo!!!

10:00 - era  hora do suquinho dela, então parávamos em algum lugar para esta atividade. É lógico que um bebê de 6 meses não vai tomar suco industrializado (quer dizer, para mim isso é óbvio). Então, no café da manhã do hotel, peguei umas 2 laranjas e coloquei na bolsa. Ah... também tinha colocado na mala antes de sair do Brasil: uma faquinha sem ponta, um espremedor de limão e um coador. Isso também ia na mochila da exploração do dia. O que eu fazia nada mais era do que um suco fresquinho, direto na mamadeira!


Magali na escuta
Pra quem reclama de TER que fazer suco fresco todo dia pro bebê... se dá para fazer na Piazza San Marco cheia de pombos, você consegue fazer na sua cozinha!!!

12:00 / 13:00 - hora do almoço da galera e do mamá do bebê



Magali na escuta

Moço, já escolhi meu almoço: traz um leitinho a parmegiana


15:00 - hora do lanchinho do bebê - quando eu via uma pêra ou maça bonita no café da manhã do hotel, pegava, mas fiz um pequeno estoquinho de papinhas de frutas industrializadas. Levei umas 6 daqui, e quando cheguei em Milano (nossa primeira cidade), compramos mais algumas. Atenção: você pode se impressionar como eu como Nestle não é onipresente na Italia! Encontramos de tudo por lá! Até uma papinha de parmiggiano regiano (que não fez tanto sucesso como papinha - hoje em dia ela devora o grana padano ao natural!!! hahaha). Existem papinhas muito muito doces, como as de banana. Talvez por eles não terem bananas boas como nós. Vale olhar o rótulo e verificar os ingredientes, lembrando que o que aparece em primeiro lugar é o que tem mais dentro do potinho. Se a lista começa com "AÇÚCAR", fuja!




Magali na escuta
Lanchinho no Parque Sempione em Milano - se não tem fruta fresca, não faz mal uma papinha industrializada de vez em quando. Mas em casa, não desculpa para não descascar uma banana!!!
18:00 - hora do mamá do bebê, se já estivéssemos no hotel, ali ele mamava, se estivéssemos na rua, mamava na rua. Mas dávamos preferência por já estar no hotel esta hora.

20:00 - jantávamos. E aqui, meu amigo, você também vai ter que abaixar suas expectativas se seu bebê não tiver acostumado com a vida noturna... Não adianta achar que vai conseguir jantar todo dia fora, calmamente, se seu bebê dorme cedo e não estava acostumado a fazer isso antes de sair do Brasil. A dica aqui é: aproveite a culinária local em supermercados! Leve para o hotel e coma tranquilo seu panino con prosciutto e brie enquanto seu bebê está brincando tranquilo sobre a cama do hotel. Te garanto que outras oportunidades de jantar fora existirão e você vai aproveitar de outra forma!

21:00 - hora da mamada dos sonhos do bebê - hora do toque de recolher no quarto! a rotina dela nesta época era mamar com o quarto em silêncio e escuro para já adormecer, então era o que fazíamos!

Transportadores

A melhor compra que fizemos foi o canguru! Nossa, que maravilha!!! Quanta liberdade! Uma amiga já tinha me dado a dica que o melhor canguru era um da Baby Bjorn. Aqui no Brasil não existia para vender na época (2011), então consegui comprar online numa loja italiana de coisas de bebê e pedir para entregar para meu irmão que ainda morava lá. Lembro que foi caro, mas valeu cada centavo! Ele é muito, muito bom, seguro, e te dá uma liberdade de movimentos incrível. Eu até utilizava um sling aqui no Brasil antes de comprar o Baby Bjorn, mas depois dele... hum... Mas também tem uma coisa, para um recém nascido, o canguru não é tão aconchegante quanto o sling. O Sling foi fundamental nos 6 primeiros meses. O canguru é indicado para bebês mais durinhos, já com 6 meses ou mais. Verifique a indicação do fabricante!



Magali na escuta
Olha a cara da felicidade! Vê se tá preocupada com o balanço do traghetto!!!

O carrinho de bebê foi conosco daqui do Brasil até a Itália. Apesar de ser da marca italiana Peg Perego, já tinha ele comprado, e não tinha sido um preço absurdo no Brasil. Se dava para ter esperado e comprado lá? Na minha opinião, dá até dava, mas sempre usei muito o carrinho, desde que ela nasceu, até para ela dormir a noite ao lado da nossa cama. Se valeria a pena deixar para comprar lá? Na minha opinião, Não! A diferença de preço não é absurda. O carrinho é um item que eu posso precisar de uma manutenção, assistência, prefiro contar com isso comprando o material no Brasil mesmo. Questão de opinião...

Mas qual levar? Sling, canguru ou carrinho??? Bom, podendo, leve os três! Ou só o canguru e o carrinho. Muitas cidades são bem difíceis de transitar com carrinho - Venezia, toda a travessia de Cinque Terre... São muitas as cidades muito muito pequenas e cheias de escadarias no lugar de ruas e rampas... É lógico que você vai encontrar muitos europeus com seus carrinhos para cima e para baixo, faça chuva ou faça sol. Temos muito o que aprender com eles! Mas sinto que andar por Venezia com ela no seu canguru, ora olhando a paisagem, ora dormindo (sim, ela dormia de pezinha no canguru tranquilamente), foi muito gostoso! Subi e desci escadas sem dificuldade nenhuma. E podia entrar em pequenas lojinhas a qualquer momento.

Magali na escuta



Comidas e afins

Como minha bebê estaria prestes a completar 6 meses, a pediatra dela sinalizou que eu poderia adiantar o processo de introdução de alimentos para que a viagem pudesse ser mais tranquila. Mas depois de uma breve pesquisa na internet tentando saber o que eu de fato encontraria de papinhas industrializadas lá, desanimei total! Primeiro constatei que as papinhas lá são muito diferentes que as papinhas industrializadas daqui. Papinha de cavalo, coelho e outros bichos estranhos estão no cardápio dos bambinos italianos desde cedo... (por isso achei um pouco sem sentido todo bafafá sobre a venda de carne de cavalo aqui...). Depois pensei: iniciar minha filha com papinha industrializada, num país diferente não me parece uma decisão inteligente... ufa! acertei! Uma coisa são as papinhas de frutas, outra são as papinhas salgadas... aquilo fede mais que comida de gato! não dá!!! Por isso, o que fiz foi iniciar a introdução das frutas uma semana antes de viajarmos, ainda no Brasil, com nossas frutas. Na Itália, durante as duas semanas que estivemos viajando, ofereci um mix de papinhas industrializadas (as que encontrei sem adição de açúcar) e frutas frescas. Deu tudo certo!

E o leite em pó? Levei comigo uma lata do leite que ela estava acostumada a tomar no Brasil. Mas não fazia sentido levar todo o estoque, afinal, pensei: Nestle (fabricante do leite que ela tomava) é "universal". Bem, ledo engano... Deixei para comprar o leite em pó em Roma, que considerei a cidade mais estruturada e a que poderia encontrar a maior oferta de produtos... Mas eis que numa visita à farmácia do bairro onde estávamos hospedados, não tinha nenhum leite Nestle. O rapaz da farmácia me trouxe umas 3 ou 4 opções de leite. Olhei, li, reli os rótulos e me decidi por um leite em pó "orgânico". Sei lá porque, mas achei que seria o menos agressivo. E talvez era que o que tivesse menos ingredientes no rótulo... Mas sei que levei para o hotel, dei para a bichinha e ninguém reclamou! Oba! Acertei de novo! Um pouco de instinto materno não faz mal a ninguém!

Onde trocar o bebê andando para cima e para baixo pela cidade?

Esqueça TER que encontrar um trocador a cada troca de fraldas! DESAPEGUE!!! Se o frio não for polar (e acredito que niguém opta por viajar numa estação muito fria com seu bebê, sem necessidade), qualquer banco de praça, igreja, ou o próprio carrinho, podem servir de superfície para a troca de fraldas! Na primeira cidade que estávamos, por acaso encontramos um trocador dentro do Mc Donalds da Galeria Vittorio Emanuelle. Mas depois disso, cansei de ficar entrando num estabelecimento e perguntando se havia trocador... Olhava para uma superfície plana e já visualizava um trocador! É claro, um forro é sempre bem vindo, aquele acolchoadinho que vem com a bolsa do bebê é excelente para isso!

Te garanto uma coisa, viajar com um bebê tão novinho deixou a coisa mais leve para os anos seguintes! Você acaba ficando mais escolada e sem tantas firulas na hora de sair com o bebê. No decorrer do tempo vão surgindo outras neuras. Hoje, com uma criança de 2 anos de meio que não só anda, como corre e muito, deixamos de lado viagens longas de avião. O bolso também agradece! Mas só estamos esperando ela crescer um pouquinho para encarar de novo o avião!


Magali na escuta
Panteon - Roma


Confira mais pais desprendidos e experientes no quesito viagem com bebês:









8 - Mônica Nogueira do M de Mônica…e Mãe…: http://mgnogueira.blogspot.com.br/2010/02/alalaoooo-mas-que-calooooor.html

9 - Debora Galizia do Viajando em Família: http://viajandoemfamilia.com.br/?p=482




13 - Ligia Cantarelli do Sem vírgula antes do etc: http://www.semvirgulaantesdeetc.com.br/a-primeira-viagem-da-familia/



16 - Cássia dos Santos Virgens do Fomos juntos: de malas prontas!: http://educadorecia.blogspot.com.br/2013/05/blogagem-coletiva-primeira-viagem-da.html



















quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A escolha da escola dos filhos

Vira e mexe alguém me pergunta porque eu escolhi a escola da minha filha. Porque não uma escola "padrão"? Porque raios eu coloquei ela numa escola cuja pedagogia seguida não irá alfabetizá-la antes dos 7 anos? Quando hoje as escolas estão iniciando a alfabetização com 4, 5 anos (!!!). Bom, para ser sincera, eu não pensei muito sob este aspecto. Ela tinha só um ano e três meses, mal falava e andava há pouco mais de dois meses. Ficamos um pouco grilados com isso sim, mas sabe quando você entra num lugar e simplesmente sabe que é o SEU lugar??? Quando eu voltei da visita nesta escola, depois de uma peregrinação de 11 escolas, eu sabia que tinha encontrado o lugar certo para minha filha. A parte o lugar bucólico, cheio de terra batida e árvores frutíferas lisas de tanto as crianças subirem, eu sabia que ali ela aprenderia algo fundamental para se aprender desde sempre: COMER! Aprender a comer coisas gostosas, nutritivas e saudáveis. Ali ela aprenderia a comer bem! Porque, vamos combinar: você não sabe se no futuro seu filho vai ser um físico nuclear ou um trapezista, mas você sabe de uma coisa: ele terá que se alimentar, todos os dias, 5 a 6 vezes por dia! E se isso não for um fardo para ele, acredito que o mundo gire mais fácil, ou estou enganada??? E aí, a segunda pergunta que geralmente me fazem quando digo a escola que ela frequenta é: mas o que ela faz lá então (se não aprende as letrinhas com 2 anos)??? Basicamente ela come, brinca e dorme. Não tá bom? Eu acho que sim, pois brincando é que a criança aprende um monte de coisas. Eu adoro chegar na sala dela e ver a bagunça gostosa e organizada que eles fazem! Dá vontade de ficar ali, com eles... Estamos só começando a jornada, mas digo depois de um ano, que tudo ali têm contribuído muito para ela ser a filha que eu quero.

ps: tenho me identificado muito com um livro chamado: French Kids eat everything (Karen Le Bilion), onde a autora cita a importância da comida no jardim da infância, justamente por eles serem pequenos seres em formação. E comer na França é algo tão primordial quanto respirar!!!